quinta-feira, novembro 29, 2007

dos que não fazem... nem deixam fazer



Ontem fizeram-me uma pergunta... não tenho a certeza se seria esta a resposta, mas é talvez um caminho: luz da vivência do dia-a-dia...como definirias contra cultura?
Dos meus tempos de jovem rebelde ficou-me o filme "A terceira geração" do Rainer Werner Fassbinder que vi no FALECIDO Cinema Quarteto e que me ficou na memória pela ideia romântica da subversão de valores que existe no chamado "terrorismo urbano".


Várias vezes me ocorreu que esse tipo de terrorismo poderia trazer vantagens se utilizado com alguma ponderação humanitária e direccionado na elevação de valores, mas aqui na "Jóia da Coroa" só rabiscam paredes e pouco mais porque a malta precisa de tacho para garantir o futuro.


E esta conversa vem toda a proposito do relógio do Panteão em Paris e da acção interventiva do movimento UNTERGUNTHER que proclamando-se guerrilha cultural trataram de arranjar o dito relógio sem consentimento nem conhecimento das autoridades. Assim por lá andaram 4 deles durante mais de um ano com ferramentas e computador, instalados na cúpula do edifício, e ao fim de 40 anos de incompetência das iminências pardas do Centro Nacional de Monumentos o relógio é devolvido aos cidadãos a funcionar.


O director do Panteão foi demitido, dos prodígios da segurança que estes locais devem de ter... nada se sabe além de que pode ser violada por habilidosos.


Será que estes senhores aceitam inscrições... eu gostaria de poder usar as poucas habilidades que tenho ao serviço de uma guerrilha cultural que reconstitui-se e mostra-se que às vezes cidadãos empenhados podem levar a cabo empreendimentos que parecem tão difíceis porque as autoridades não sabem como agir ou não lhes interessa agir...


Nós temos 2 relógios que estiveram anos avariados... edifícios de património que se degradam, jardins que não se cuidam, museus com salas fechadas, umas esculturas desmontadas e abandonadas no museu da cidade (sabe lá Deus porquê), etc... etc


Histórias da história

Em 1744, sofrendo de uma doença considerada grave, Luís XV de França fez o voto de criar uma igreja em honra de Santa Genoveva, caso sobrevivesse. Restabelecido, encarregou o marquês de Marigny, director geral dos edifícios reais, de erigir um igreja no local da antiga abadia de santa Genoveva, então em ruínas. Em 1755, o marquês de Marigny confiou a responsabilidade do projecto ao arquitecto Jacques-Germain Soufflot.
As fundações começaram a ser escavadas em 1758 mas, devido a dificuldades financeiras e à morte de Soufflot em 1780, a sua construção foi retardada. Foi finalmente retomada por um associado de Soufflot, Jean-Baptiste Rondelet, em 1791. A Assembleia Nacional decidiu, entretanto, que o edifício deveria servir de necrópole para as mais grandiosas individualidades de França. O edifício foi modificado neste sentido, e o frontão contém a seguinte inscrição: « Aux grands hommes, la patrie reconnaissante. » - aos grandes homens, a pátria reconhecida.
Em 1851, o astrónomo Jean Bernard Léon Foucault realizou aí uma experiência científica destinada a provar que a Terra roda em torno de um eixo (pêndulo de Foucault).
A 21 de Maio de 1981, a tomada de posse do septenato de François Mitterrand foi marcada por uma cerimónia no Panteão durante a qual prestou homenagem a Jean Jaurès, Jean Moulin e Victor Schœlcher, pousando uma rosa vermelha junto às suas sepulturas.


O panteão tem 110 metros de largura e 84 metros de largura. A fachada principal está decorada com um pórtico de colunas de estilo coríntio que apoiam um frontão triangular da autoria David d'Angers. O edifício, em forma de cruz grega, é coroado por uma cúpula de 83 metros de altura, com um lanternim no topo. O seu interior está decorado por pinturas académicas de Puvis de Chavannes, Gros e Cabanel, entre outros.

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