sexta-feira, setembro 26, 2008

Sem perder pitada do que se passa á nossa volta...





Desenhado por Monica Bonvicini, a pensar na vida actual em que não se pode perder nem um minuto do que se passa á nossa volta, surge esta casa de banho pública que ironicamente permite uma observação directa da vida mesmo quando se está com outras aflições...

quinta-feira, setembro 25, 2008

José Manuel Ballester











Imaginar o "Jardim das Delicias" na completa solidão humana, a anunciação de Fran Angélico em que a Virgem e o anjo não estão presentes na cena ou a Paisagem de Inverno de Pieter Brueghel onde os patinadores deixaram de existir... é a proposta que o artista José Manuel Ballester apresentou e que nos surprende pela perfeição com que recria cada um dos orginais.


O artista José Manuel Ballester pegou em alguns quadros que se encontram expostos no Museo do Prado e despojou-os de qualquer movimento abulindo toda e qualquer presença humana ou animal.


O resultado é uma homenagem ao vazio, uma colecção de paisagens desabitadas que comovem pela sua solidão.


O abandono tomou conta destes lugares e a memória vaguea no espaço tentando recordar as figuras que agora são apenas fantasmas presos na nossas referências pictóricas.
No link podem ver mais das obras surpreendentes deste artista espanhol.

terça-feira, setembro 23, 2008

Maria Keil e o Metro



RECEBI MAIS ESTE ACONTECIMENTO DA RÉPUBLICA DAS BANANAS POR E-MAIL E RESOLVI PUBLICAR PORQUE REALMENTE SÓ AQUI É QUE SE FAZES DESTAS COISAS...

Maria Keil (gosta que a tratem apenas por Maria) nasceu na cidade de Silves, em 1914. Partilhou a maior parte da sua vida com o arquitecto Francisco Keil do Amaral, com quem se casou, muito jovem, em 1933.
De lá para cá fez milhares de coisas, sobretudo ilustrações, que se podem encontrar em revistas como a “Seara Nova”, livros para adultos e “toneladas” de livros infantis, os de Matilde Rosa Araújo, por exemplo, são em grande quantidade. Está quase a chegar aos 100 anos de idade de uma vida cheia, que nos primeiros tempos teve alguns “sobressaltos”, umas proibições de quadros aqui, uma prisão pela PIDE, ali... as coisas normais para um certo “tipo de pessoas” no tempo do fascismo.

Para esta “história”, no entanto, o que me interessa são os seus azulejos. São aos milhares, em painéis monumentais, espalhados por variadíssimos locais. Uma das maiores contribuições de Maria Keil para a azulejaria lisboeta, foi exactamente para o Metropolitano de Lisboa. Para fugir ao figurativo, que não era o desejado pelos arquitectos do Metro, a Maria Keil partiu para o apuramento das formas geométricas que conseguiram, pelo uso da cor e génio da artista, quebrar a monotonia cinzenta das galerias de cimento armado das primeiras 19, sim, dezanove estações de Metropolitano. Como o marido estava ligado aos trabalhos de arquitectura das estações e conhecendo a fatal “falta de verba” que se fazia sentir, o Metro lá teve de pagar os azulejos, em grande parte fabricados na famosa fábrica de cerâmica “Viúva Lamego”, mas o trabalho insano da criação e pintura dos painéis... ficou de borla. Exactamente! Maria Keil decidiu oferecer o seu enorme trabalho à cidade de Lisboa e ao seu “jovem” Metropolitano.
Estes pormenores das estações do “Intendente” (1966) e “Restauradores” (1959), são bons exemplos.

Parêntesis: Qualquer alteração na “Gare do Oriente” do Arq. Calatrava, ou nas Torres das Amoreiras, do Arq. Tomás Taveira, só a título de exemplo, têm de ser encomendadas ao arquitecto que as fez e mesmo assim, ele pode recusar-se a alterar a sua obra original. Se os donos da obra avançarem para a alteração sem o acordo do autor, podem ter por garantido um belo processo em tribunal, que acabará numa “salgada” indemnização ao autor.

Finalmente, a história! Recentemente a Metro de Lisboa decidiu remodelar, modernizar, ampliar, etc, várias das estações mais antigas e não foram de modas. Avançaram para as paredes e sem dizer água vai, picaram-nas sem se dar ao trabalho de (antes) retirar os painéis de azulejos, ou ao incómodo de dar uma palavra que fosse à autora dos ditos. Mais tarde, depois da obra irremediavelmente destruída, alguém se encarregaria de apresentar umas desculpas esfarrapadas e “compreender” a tristeza da artista.
A parte “realmente boa” desta (já longa) história é que ao contrário de quase todos os arquitectos, engenheiros, escultores, pintores e quem quer que seja que veja uma sua obra pública alterada ou destruída sem o seu consentimento, Maria Keil não tem direito a qualquer indemnização.
E porquê?
“Porque na Metro de Lisboa há juristas muito bons, que descobriram não ser obrigatório pedir nada, nem indemnizar a autora, de forma nenhuma... exactamente porque ela não cobrou um tostão que fosse pela sua obra!!!

Este país, por vezes consegue ser “ainda mais extraordinário” do que é o seu costume! Ou não?

terça-feira, setembro 02, 2008

IKEA... uma boa forma de publicitar







e agora que já deve de estar por aí o novo catálogo do IKEA deixo aqui algumas fotos de uma apresentação do IKEA no monocarril Kobe Portliner de Port Island onde decoraram carruagens de metro... o resultado foi este

segunda-feira, setembro 01, 2008

Acabaram-se as férias... toca a trabalhar


... embora ainda haja quem não tenha feito férias

E acabou-se o sossego em Lisboa, acabou-se a viagem tranquila sem filas para o emprego, acabaram-se as boas vagas de estacionamento, os centros comerciais com espaço e ar para poder caminhar lentamente enquanto se procura uma qualquer pechincha nos saldos que ainda restam... agora só para o ano teremos novamente esta tranquilidade de país a meio gás.