Deixou-me...
Companheiro de quase 13 anos de vida, mais fiel do que eu, mais presente que qualquer marido.
Era um gato, apenas um gato, mas era o meu gato...
Comigo dividio e viveu amizades, amores, doenças, ângustias, eufurias e lágrimas.
Lambeu as minhas feridas com aquele olhar firme e luminoso de quem compreende a dor, aconchegou-me nas noites frias de Inverno, nas ausências e nos vazios. Preencheu com carinho e presença as falhas humanas e desculpou-me as minhas faltas de paciência e de atenção.
Quando uma lágrima corria no meu rosto ele era o primeiro a chegar e ficava a olhar para mim confortando-me no silêncio contemplativo que só os gatos teem.
No fim falhei porque não estive presente... Adeus companheiro.
Eu em nome dele agradeço à Vera que foi mais que mãe na doença, à Manuela que olhou por ele nas ausências, ao Faria e à Sandra por todas as vezes que tomaram conta dele e à Luisa que foi a incansável veterinária que tudo fez para o salvar...
3 comentários:
Foi no fim que estiveste mais presente... !
Quando deixaste que ele fosse tratado com todo o rigor possível, que te mantiveste vigilante e que zelaste para não deixar que os nossos sentimentos egoístas de mantê-lo connosco a qualquer custo, se sobrepusessem ao direito dele à dignidade. Certamente foi por isso que o nosso menino se foi pelos próprios pés... Cansado mas sereno e igual a si próprio: nada de grandes lamechices contudo agindo exactamente na hora que é preciso agir, nem antes nem depois... (como tu agiste, como ele aprendeu contigo!)
Faz boa viagem, meu querido!
Força.
DB
...ciao Valentim...:(
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