Gosto da sonoridade da palavra AGUARRAZ, tem força, tem garra, soa de uma forma dura.Também gosto de outras palavras de musicalidade forte e cortante como por exemplo RANHOSO, RABUJENTO, BUSÍLIS, LANA-CAPRINA, FRONTISPÍCIO...
Mas agora vou esquecer as outras e dedicar-me ao "aguarraz"...
Esta palavra dá-me vontade de limpar o impossível, de diluir a realidade desinteressante, de alagar e deixar derreter os numerosos vermes que infestam a sociedade mascarados de insectos inofensivos, de cegar os maus pensamentos e as horas de dúvida.
A aguarraz devia limpar sofrimentos inúteis, palavras vãs, horas de insónia, perseguições inventadas.
Devia corroer o ódio, a inveja, a falsidade.
Devia deixar marcas de censura nas almas descontroladas que remexem e revoltam as verdades para obter raivas e poderem conviver consigo próprias.
E se pudéssemos apagar a dívida pública, a insatisfação, o eterno racismo dos que sofrem de daltonismo e se negam a reconhecer a beleza da diferença, a sofreguidão dos eternos oportunistas, os governos desgovernados qual barco de bússola descontrolada, a história que se enche de vergonha e misérias nos erros humanos.
Aguarraz de limpeza de cheiro ardente e corrosivo destroi pensamentos e ideais que oprimem a liberdade de muitos que apenas sonham com ela, fere as feras que mancham a honra e desfragmentam a humanidade e deixa o teu odor para que o futuro saiba que alguém não aceitou o mundo como ele se apresenta... mas quantos litros seriam precisos para tal limpeza de purificação?
Vou lavar os pincéis e retirar as manchas de tinta das mãos já que nada mais posso fazer.
quarta-feira, novembro 09, 2005
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1 comentário:
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