Sem qualquer experiência na organização de semelhante evento, os organizadores dos primeiros jogos quase arruinaram a própria competição, graças a uma diversidade de datas, pois os gregos utilizavam então o antigo calendário juliano paralelo ao convencional usado pela civilização ocidental, fazendo com que ocorresse uma diferença de doze dias entre ambos, o que atrapalhou a inauguração dos Jogos e a chegada dos atletas dos diversos pontos do planeta.
A cerimônia de inauguração acabou acontecendo num domingo de Páscoa, com o discurso de abertura proferido diante de cem mil espectadores pelo próprio Jorge I, da Grécia, após a inauguração de uma estátua – que existe até os dias de hoje – na entrada do Estádio Panathinaiko, principal palco das competições e uma maravilha arquitetônica toda de mármore, em homenagem ao rico financista ateniense Georgius Averoff, responsável pela restauração e modernização do estádio e financiador da organização do evento, o que impediu seu cancelamento antes mesmo de iniciado, devido às penosas condições do cerário real grego.
A chama Olímpica, fogo Olímpico ou ainda tocha olímpica, é um dos símbolos dos Jogos Olímpicos, e evoca a lenda de Prometeu que teria roubado o fogo a Zeus para o entregar aos mortais. Durante a celebração dos Jogos Olímpicos da antiguidade, em Olímpia, mantinha-se aceso um fogo que ardia enquanto durassem as competições, sendo esta tradição reintroduzida nos Jogos Olímpicos de Verão de 1928. Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936, foi pela primeira vez realizada uma estafeta de atletas para transportar uma tocha com a chama, desde as ruínas do templo de Hera em Olímpia, até ao estádio olímpico de Berlim.
A tradição da tocha olímpica ser acesa na Grécia e levada de mão em mão até a cerimônia de abertura surgiu em um momento em que os Jogos foram usados contra seus próprios ideais. Adolf Hitler, em vez de usar as Olimpíadas para pregar a união entre os povos, queria que os Jogos de Berlim-1936 provassem a “supremacia” da raça ariana.